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Jul07

Autógrafos - Egito Gonçalves

blogdaruanove

 

Egito Gonçalves (1920-2001), Os Pássaros Mudam no Outono (1981)

Capa de Armando Alves (n. 1935)

 

 

Egito Gonçalves (1920-2001)

   Poeta e tradutor, Egito Gonçalves seguiu uma tradição de vivência escandinava anteriormente experimentada pelo escritor José Gomes Ferreira (1900-1985, com estadia na Noruega) e pelo pintor e ensaísta Lima de Freitas (1927-1998, com estadia na Dinamarca), entre outros. 

   Essa vivência que, no seu caso, decorreu na Finlândia, reflecte-se de algum modo na sua obra poética, a qual conjuga uma preocupação social com uma profunda introspecção e depuração das imagens do mundo exterior. A esta característica junta-se uma pontual visão irónica da realidade,  a qual por vezes se aproxima paradoxalmente quer do sarcasmo quer do desalento.

   A sua actividade estendeu-se também à área editorial e à promoção do associativismo cultural, particularmente na zona do Porto, onde residia.

   Do livro Os Pássaros Mudam no Outono, transcreve-se o quinto poema de As Zonas Quentes do Inverno: 

  

"Há coisas que se quedam para sempre, coisas

em que o poema se alicerça: esse

rectângulo vermelho no alto da montanha;

ritual de pinheiros

num chão de xisto e urze onde buscávamos

a pureza

ou o sentimento dela: desafio

e comunhão na renda vegetal. Escolhemos

essa manta entre o céu e a água, manhã

e crepúsculo, onde só pássaros

chegavam

pelo silêncio do abraço,

equador de terras no ventre do sol. Agora

procuro na palavra a imitação do gesto,

a tradução da carícia: como dizer

um tal momento sem escolha? O breve minuto

em que a vida lança o vestido pela cabeça

e o esquece nas pedras. Tão pobre

afirmar que a eira vermelha parecia suspensa,

a colheita fazia-se

entre dobras de luz, rápidos zumbidos..."

 

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