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31
Jul07

Termas e Águas Medicinais - Pedras Salgadas

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Bilhete postal circulado em Agosto de 1914.

 

   O alvará de concessão de exploração destas águas foi concedido em 25 de Outubro de 1893, tendo a sua titularidade transitado para a empresa Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas por despacho de 29 de Setembro de 1924. Uma nova portaria, de 19 de Abril de 1937, concedeu à empresa uma área superior a 100 hectares para exploração das nascentes D. Fernando, Grande Alcalina, Pedras Salgadas, Penedo e Preciosa.

 

Bilhete postal do início do século XX.

 

   Em 1940, as águas foram classificadas como carbonatadas sódicas, carbogasosas e muito radioactivas pelo radon. Nessa altura,  sua indicação terapêutica incluía as doenças de nutrição, as doenças gastro-intestinais e as doenças hepáticas.

 

Bilhete postal circulado em Agosto de 1915.

 

   A frequência balnear cifrou-se nos 1.756 aquistas em 1938, 1.595 no ano seguinte e 1.430 em 1940. Nesses anos, a captação de água correspondeu, respectivamente, a 2.133.249 litros, 2.109.836 litros e 2.182.524 litros.

 

Bilhete postal circulado em Setembro de 1933.

 

   A exportação de águas engarrafadas, em 1940, foi de 497 litros para o estrangeiro, 3.442 litros para as ilhas e 47.805 litros para as colónias. Os restantes 2.130.780 litros foram distribuídos no continente.

 

Bilhete postal circulado em Julho de 1907.

 

   Actualmente, a concessão de exploração Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas pertence ao grupo Unicer (http://www.unicer.pt/), o qual está a desenvolver um projecto de revitalização das estâncias termais das Pedras Salgadas e de Vidago (http://www.aquanattur.com/), incluindo intervenções arquitectónicas do consagrado arquitecto Siza Vieira (n. 1933). O grupo tem investido particularmente na promoção da água das Pedras Salgadas e, em menor escala, na água de Vidago, não havendo notícia de um possível reaparecimento da marca Salus (http://www.pedrassalgadas.pt/).

 

 

Contracapa da revista Panorama, número 2, III série, Junho de 1956.

 

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31
Jul07

Bibliografia sobre Wenceslau de Moraes

blogdaruanove

 

  

 

   A bibliografia sobre Wenceslau de Moraes não tem aumentado significativamente nas últimas décadas, embora se tenham efectuado algumas reedições da sua obra. De entre estas reedições, são de particular interesse as realizadas na década de 1970, devido às introduções e notas de Armando Martins Janeira (1914-1988).

   Entusiasta da obra do autor, Martins Janeira escreveu Japanese and Western Literature (Tuttle, 1970)  e O Jardim do Encanto Perdido (1956), obra que foi traduzida para Japonês (Yoake no Shirabe, Tokyo, 1969; Minako Nonoyama, tradutor) e apresenta aquela que ainda hoje é considerada  a mais completa biografia de Wenceslau de Moraes.

 

   

 

   Na década de 1930 apareceram duas importantes biografias de Wenceslau  - O Exilado de Tokushima, texto inserido no volume Visões da China (1933), de Jaime do Inso (1880-1967), e Os Amores de Wenceslau de Morais (1937), por Ângelo Pereira (1886-1975) e Oldemiro César (1884-1953). Estes volumes apresentam, ainda, correspondência de Wenceslau de Moraes.

   Entre outras obras, a epistolografia do autor está ainda reunida em Cartas Íntimas (1944), publicadas por Ângelo Pereira e Oldemiro César, Cartas do Japão (1.ª série, 1977), publicadas por Martins Janeira, e Do Kansai a Shikoku (1988), compilação da correspondência enviada a Carlos e Maria Joaquina Campos, publicada por Jorge Dias (1907-1973).

   A biografia publicada neste blog ao longo das últimas semanas baseou-se essencialmente nos dois volumes da década de 1930 e na compilação de Jorge Dias, que serviram também de fonte iconográfica para as imagens reproduzidas.

 

   

 

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31
Jul07

Wenceslau de Moraes do Japão

blogdaruanove

 

   Em Paisagens da China e do Japão (1906; 2.ª edição, 1938), no capítulo A Primavera, dedicado a Camilo Pessanha (1867-1926), escreveu Wenceslau de Moraes:

 

   "Ha alguns dias, na cidade de Kobe, – poderia precisar o dia, e quasi a hora, se tamanho rigorismo me exigissem, – irrompeu a Primavera. Irrompeu: não ha sombra de exagero no vocabulo. Irrompeu, surgiu d'um pulo, fez explosão. N'este paiz do Sol Nascente, onde o sol, e com elle todas as grandes forças naturaes, são ainda uns selvagens – se assim posso expressar-me – uns selvagens sem freio, sem noção das conveniencias, incapazes de se apresentarem de visita, de luvas e casaca, n'uma côrte qualquer da nossa Europa: n'este paiz do Sol Nascente, ia eu dizendo, a creação inteira apostou, parece, em offerecer em cada dia uma surpresa, toda ella exuberancias inauditas, espalhafatos unicos, repentismos nervosos, caprichos doidos, como se reunisse em si a quinta essencia da alma das creanças e a quinta essencia da alma das mulheres, a gargalhada, a troça, enfim, motejadora de tudo quanto é ordem, harmonia, contemporisadora lei das transições.

   Hontem, foi um inverno duro, gelido, vestido apenas d'uma ampla tunica de neve. Hoje, d'um salto, o sol rompeu em quenturas amorosas, começaram de florir as arvores, e evolaram-se os insectos. Amanhã, será o estio torrido, em brazas, como nem na China, nem na Africa se sente. E assim corre o tempo, vôam as horas; cada instante é um meteoro; e aqui um tufão arranca os troncos, e alli a chuva torrencial inunda as varzeas, e alem um rio tra[n]sborda do seu leito, e uma onda do largo afoga as aldeias, e uma convulsão subterranea abala o solo..."

 

Tamon-dori, Kobe. Kobe, 12 de Setembro de 1911 – Bilhete postal enviado por Wenceslau de Moraes para Maria Joaquina Campos, Turcifal, Torres Vedras.

 

   Já em Os Serões no Japão (1926; 2.ª edição, 1973), no capítulo intitulado A Paisagem Japonesa, escreveu:

 

   "As florescências, naturalmente, imprimem particulares feitiços, embora efémeros, aos cenários. Em Fevereiro e Março, são as flores de ameixieira que tornam certos sítios aprazíveis. Em Abril, são as flores de pessegueiro, de cerejeira, de colza; Yoshino, Arashiyama, por exemplo, são famosas pelas suas cerejeiras. Seguem-se as flores das glicínias, das azáleas, das íris. Em Julho, são as alvas e as róseas flores de lótus, a emergirem dos charcos, das lagoas; a gente vai ouvir pela madrugada, o estranho – path! – o estalido das pétalas do lótus, no momento em que as corolas desabrocham. Em Novembro, não há flores; mas são as folhas do arvoredo que então se coloram de tonalidades brilhantíssimas; as folhas de momiji, em especial, atingem estupendas gradações, que vão do amarelo de ouro ao carmesim, ao rubro esbraseado; em Arashiyama, em Minô, em Takaó, em Shin-Takaó, na alcantilada Arima e em mil outros lugares, a paisagem alcança tons de apoteose, com a qual o povo, em magotes, se deleita. E, no entretanto, o outono é, como dizem os japoneses, inki, melancólico: – a grandeza do dia diminui a olhos vistos, definha-se a vegetação, desnudam-se as árvores, caem as folhas e morrem os insectos; a paisagem estila uma tristeza lutuosa, que infiltra desolações nas almas sensitivas.

   Um dos grandes estímulos do cenário japonês é a neve, que lança alvos mantos de pureza sobre as costas das montanhas, e salpica de arremedos de florescência os próprios pinheiros, os bambus e outras árvores que nunca floresceram. A neve é adorada e adorável no Japão; ir ver cair a neve, pelos campos fora, em meses de Janeiro e de Fevereiro, é um dos passatempos desta gente. Conta-se que um antigo imperador, sofrendo em pleno estio, da nostalgia das nevadas, mandou cobrir de cetim branco uma colina inteira, que defrontava com as varandas do palácio."

 

Cherry Blossoms at Maruyama-park, Kyoto. Kobe, 7 de Setembro de 1912 – Bilhete postal enviado por Wenceslau de Moraes para Maria Joaquina Campos, Lisboa (reendereçado para Azeitão).

 

   "Não esqueçamos o mar. O mar, pelas suas inúmeras modalidades imprevistas, pelo seu perpétuo arfar emocionante, pelos seus murmúrios, pelos seus choros, pelos seus risos, pelos seus gritos; o mar, com o seu cortejo de barcos e pássaros, com a sua labuta piscatória, é aqui, como em toda a parte, o potente feiticeiro das cenas imprevistas, que se gravam indeléveis na memória.

   Outros estímulos da paisagem residem nas estranhas aparências atmosféricas desta terra. Frequentemente, são os tons vaporosos das neblinas, os largos horizontes cor de pérola, donde emergem contornos indeisos, como de coisas sonhadas, mas não vistas; outras vezes, é o azul vívido, cintilante, do céu, de uma pureza incomparável. Juntemos as ruborizações crepusculares, os incêndios das nuvens extravagantes, os encantos do nascer e do pôr do sol, e do luar. A enumeração das oito belezas da província de Omi, Omi-kakkei, é instrutiva neste assunto. São elas: – vista do luar do outono, em Ishiyama; a neve pela tarde, em Hirayama; o pôr do sol, visto de Seta; o templo de Midera, à tarde, na ocasião de tocarem os sinos; a partida dos barcos, largando de Yabasé; o céu brilhante e a brisa, em Awasu; a chuva durante a noite, em Karasaki; os patos bravos, recolhendo a Karata.

   Mencionemos os bichos. Em Junho, a aparição dos pirilampos, em certas vizinhanças das ribeiras, vem dar grande prestígio à cena, atraindo a multidão dos visitantes. O coaxar das rãs, em meses estivais, torna queridos outros poisos. O zumbido, o canto, o grito de outros seres, a pesca também, darão fama a outros lugares." 

 

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31
Jul07

Fotobiografia de Wenceslau de Moraes (22)

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Wenceslau de Moraes em 1859, aos cinco anos.

O já citado Jiro Yumoto, descreveu assim, em 1936, os objectos deixados por Wenceslau de Moraes: 

 

   "Determinou-se,  por ordem do Cônsul de Portugal, vender, depois do entêrro, os livros e objectos de sua predilecção, por êle deixados, os quais, pela generosidade dos Srs. Tanigoro Yamanouchi, Saburo Fujiaki e de outros, foram arrecadados para sempre na Biblioteca Prefeitural Kokei. Os principais dêsses objectos são os seguintes:

   Uma série de livros de leitura de Instrução Primária do Japão; História da Guerra Russo-Japonesa (Edição de Hakubunkwan, Tokio); Japão Magazine (todos os números do periodo de dez anos, desde o número inicial); uma colecção completa de obras em inglês de Yakumo Koizumi; centenas de livros e revistas em português, inglês e francês; um volume de anúncios das casas comerciais e Kobe; sete ou oito volumes de diversas qualidades de Nishiki (impressão xylográfica colorida, representando geralmente costumes do povo e païsagens; caricaturas de Hokusai; uma espada japonesa; um capacete de soldado, antigo; alguns objectos ornamentais de porcelana Kutaniyaka; moedas antigas; secretária e mesa de uso habitual; estante; quadros; objectos de arte; alguns kakemonos; e outros diversos artigos de uso doméstico."

  

 

Cherry Blossoms in Akasaka-mitsuke at Tokyo. Kobe, 7 de Maio de 1910 – Bilhete postal enviado por Wenceslau de Moraes para Maria Joaquina Campos, Lisboa. Neste postal, Wenceslau referiu: "Espero amanhã aqui, vindo de Yokohama, o cruzador "Dona Amelia". Estou pois mto. ocupado. O "S. Gabriel" não tardará."

 

 

 

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31
Jul07

Sugestão para Filme do Mês

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A Condessa Russa (The White Countess, 2005), um filme realizado por James Ivory (n. 1928).

Xangai, em 1936 e 1937. O conflito sino-japonês como pano de fundo para a história de um singular homem americano e de uma família russa refugiada, também com um comportamento singular. Um filme com um ritmo muito singular. Uma história que acaba por parecer incompleta e uma narrativa que parece demasiado fragmentária.

Sublinhe-se a surpresa do cinema de animação incorporado na película, o inesperado desenho construtivista da pequena aristocrata russa, Katya, e a alusão a Macau...

Ecos de Casablanca, não os encontrei...

Como habitualmente, mais detalhes sobre este filme poderão ser consultados em http://www.imdb.com/title/tt0384686/.

 

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