Cédulas da I República
Anverso da cédula de 1 centavo emitida pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha, por deliberação municipal de 16 de Julho de 1921
Embora Portugal tivesse entrado em 1916 na I Grande Guerra, essencialmente por motivos que se prendiam com a manutenção do estatuto e da integridade das colónias no pós-guerra, e em 1918 se encontrasse entre os Aliados vitoriosos, o fim da guerra não veio minorar as dificuldades financeiras nem acalmar a agitação social do país.
O aumento do custo de vida era contínuo e a valorização do metal durante o conflito levou a que diversas instituições, desde Câmaras Municipais a Associações Comerciais, passando por mercearias, papelarias e Misericórdias, emitissem, entre 1917 e 1922, papel-moeda de baixo valor – as cédulas. Estas cédulas vinham facilitar os trocos e substituir as moedas, entretanto quase desaparecidas de circulação devido ao ávido aforro metálico da população.
Verso da cédula anterior, emitida pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Embora as cédulas da I República sejam as mais conhecidas, rivalizando em celebridade com as ritas de 1923, as famosas notas de 50 centavos emitidas pelo governo de Angola, similares emissões extraordinárias e paralelas às emissões estatais tinham já ocorrido anteriormente, em particular no final do século XIX.
Reproduz-se abaixo uma cédula de 100 reis, emitida a 1 de Agosto de 1891 pela Câmara Municipal de Aldegalega (Aldeia Galega do Ribatejo), actual Montijo.
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