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16
Jul07

O Calendário Japonês

blogdaruanove

Bilhete postal japonês, do final do período Meiji, circulado de Berlim para Lisboa em 1904. Os postais japoneses mantêm ainda hoje algumas das características tradicionais da impressão xilográfica dos séculos XVIII e XIX, que incluíam gravura em relevo, fragmentos de mica e pigmentos metalizados. Neste postal, em particular, pode observar-se o uso de pigmentos prateados.

 

   O Japão encontra-se presentemente no ano 19 do período Heisei. Isto porque o Japão ainda mantém para as suas eras um calendário, paralelo ao gregoriano, correspondente ao tempo de governação de cada imperador. O imperador Akihito (n. 1933) ascendeu ao trono em 1989, ano 1 do período Heisei, nome que o imperador receberá após o seu falecimento, de acordo com uma tradição instaurada no princípio do século XX. Anteriormente, entre 1926 e 1989, decorreu o período Shōwa, correspondente ao governo do imperador Hirohito (1901-1989). Este tinha sido antecedido entre 1912 e 1926 pelo período Taishō, a época do príncipe Yoshihito (1879-1926). O período Meiji, que veio consolidar a abertura do Japão ao ocidente nos tempos modernos, decorreu entre 1868 e 1912, durante o governo do imperador Mutsuhito (1852-1912). 

   Wenceslau de Moraes (1854-1929) viveu no Japão durante os períodos Meiji, Taishō e Shōwa. Quando os Portugueses chegaram ao Japão, em 1543, decorria o período actualmente conhecido como Muromachi ou Ashikaga (1336-1573). Sempre que estes períodos se prolongam por vários séculos, é habitual proceder-se a uma subdivisão em eras de menor duração. Assim, o período da chegada dos Portugueses ao Japão também pode ser referido como  Sengoku, uma subdivisão do período Muromachi, entre 1467 e 1573.

 

Cape of Wada. [Hyogo, Kobe]. Bilhete postal japonês do final do período Meiji que combina a fotografia com as técnicas tradicionais da impressão em relevo e (da evocação) dos pigmentos metálicos.

 

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13
Jul07

Fotobiografia de Wenceslau de Moraes (10)

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Wenceslau de Moraes junto da cascata de Nunobiki, próximo de Kobe. Sobre este sítio, escreveu o autor em Paisagens da China e do Japão (1906):

    "Não haverá ninguem, imagino, que tendo passado em Kobe, não conheça Nunobiki, a cascata. (...) Lá em riba, muito em riba da montanha, salpicada de espumas e acalentada em rumorejos, na penumbra do ermo apertado entre penedos a prumo, cobertos de ramaria silvestre, era a casa de chá , a cháya tradicional, oferecendo repoiso por alguns minutos e uma bebida ao forasteiro extasiado, sem fallar nos sorrisos, nas mesuras, que prodigalizavam largamente as raparigas que alli olhavam pela venda. Ha alguns annos, disseram-me, eram trez raparigas, trez irmans, – as trez Graças; – mas eu conheci só duas, tendo casado a outra com um titular europeu, conforme ouvi. Eu conheci só duas: O-Tane San, a Senhora Semente, e O-Haru, a Senhora Primavera."

   Entre 1899 e 1912, Wenceslau de Moraes manteve assídua correspondência com o seu amigo Carlos Campos, funcionário superior da Companhia de Tabacos de Portugal, em Lisboa. Esta amizade veio proporcionar uma troca regular de bilhetes postais entre uma das filhas de Carlos Campos, Maria Joaquina, e Wenceslau de Moraes, correspondência que sobreviveu ao falecimento de Carlos Campos, em Outubro de 1912. O conjunto destes bilhetes postais, escritos entre 1909 e 1928, encontra-se depositado na Universidade de Estudos Estrangeiros, em Kyoto.

 

Sanno-miya-dori, Kobe. Kobe, 2 de Fevereiro de 1909 – Bilhete postal enviado por Wenceslau de Moraes para Maria Joaquina Campos, Lisboa.

 

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12
Jul07

Fotobiografia de Wenceslau de Moraes (9)

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   Wenceslau de Moraes em 1903, com 49 anos de idade. Em Julho de 1898 Wenceslau solicitou a exoneração do seu cargo de imediato da Capitania do Porto de Macau, alegando exercício de funções incompatíveis com a sua graduação na Armada, uma vez que passou a responder perante um oficial de patente inferior. Logo no ano seguinte, tomou posse do cargo de cônsul de Portugal em Hyogo e Osaka, nomeação que foi posteriormente reajustada, com  a atribuição de funções em Kobe e Osaka. Passou a viver em Kobe, na rua Kanomachi. Casou com Ó-Yoné Fukumoto em 1900.

 

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11
Jul07

Curiosidades - Os Livros Japoneses no Século XIX

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   Um vendedor de livros no Japão do século XIX interpelado por uma jovem (musumé). Xilogravuras de Utagawa Kunisada (1786-1865), também conhecido como Toyokuni III, da década de 1860.

   Estes pequenos livros (cerca de 17,8 x 11,7 cm) eram  tradicionalmente produzidos em papel de casca e polpa de amoreira (washi), sendo impressos com tinta obtida a partir de pigmentos naturais. Com a abertura do Japão ao exterior, a partir da década de 1850, os pigmentos sintéticos importados foram sendo utilizados com maior frequência, particularmente o pigmento que produzia o vermelho vivo.

   A impressão xilográfica era normalmente executada em policromia na página principal, que constituía a capa e cujo desenho habitualmente constituía também um díptico com outro volume (ver imagem abaixo; note-se a  mesma decoração de fundo e os livros que surgem no canto superior esquerdo), e em monocromia (neste caso em tons de azul, azuri-e)  na contracapa. A maioria dos volumes apresentava xilogravuras a preto e branco no interior, embora surgissem também volumes com policromia e gravuras a duas cores com diferentes tonalidades (uma técnica habitualmente conhecida na gravura ocidental pela sua designação francesa, degradé). Os volumes mais cuidados apresentavam ainda uma impressão em relevo nas capas, como se pode verificar nas imagens reproduzidas (técnica conhecida como  gauffrage, entre os peritos de gravura ocidentais).

 

 

    As imagens utilizadas no interior faziam-se na face de só uma folha, com o dobro do tamanho final do livro, a qual levava duas impressões distintas, lado a lado, sendo depois dobrada para assim se obterem duas páginas impressas. O verso dessas páginas não era colado, pelo que o aspecto habitual dos livros apresenta duas páginas impressas seguidas de duas páginas em branco. A abertura da folha dobrada, contudo, ficava virada para a costura do livro.

   Como se verifica pela costura evidente nas imagens, ao contrário do que acontece no ocidente a leitura inicia-se a  partir  daquilo que nós consideramos a última página do volume e efectua-se da direita para esquerda.

 

 

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11
Jul07

Fotobiografia de Wenceslau de Moraes (8)

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Wenceslau de Moraes com um dos seus filhos e o poeta Camilo Pessanha (1867-1926). Fotografia tirada em Macau, cerca de 1897. Em correspondência datada de 16 de Junho de 1921, escreveu Wenceslau sobre si e sobre Pessanha:

 

   "O que é que eu sou como litterato? Uma nullidade; 1/2 duzia de amigos (não mais) leem os meus escriptos com agrado, por estima, não pelos seus meritos, que não teem. O dr. Camillo Pessanha, sim; é uma intelligencia da mais fina tempera, litterato subtilissimo, embora pouco productor (por circunstancias diversas)."

 

   Em 1897 Wenceslau integrou a comitiva do governador de Macau que foi recebida pelo imperador do Japão, em Kioto, a 14 de Julho. Anteriormente, já Wenceslau estivera no Japão por duas vezes – visitara Nagasaki em Agosto de 1889, a título pessoal, e Yokohama em Junho de 1893, enquanto representante dos governos de Macau e Timor, a fim de adquirir artilharia para os dois territórios.

   Entre Julho de 1893 e Setembro de 1894 Wenceslau desempenhou o cargo de inspector da importação e exportação do ópio no porto de Macau, cargo de que foi exonerado a seu pedido.

 

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10
Jul07

Fotobiografia de Wenceslau de Moraes (7)

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Wenceslau de Moraes com cerca de 35 anos. Em 1885 Wenceslau partiu novamente para Moçambique e depois para Timor, não tendo chegado ao fim da sua comissão de serviço. Regressou a Portugal em 1886. Em 1888 partiu para Macau, numa primeira comissão que durou três anos. Deslocou-se a Portugal em 1891, comandando o navio Tejo. Aqui permaneceu durante cinco dias. Foi a sua última visita ao ocidente.

 

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