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05
Fev08

Stuart

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Ilustração para a capa de O Livro do Nosso Amor (1930), de Silva Tavares (1893-1964).

 

Homenagem a Stuart Carvalhais (1887-1961), um dos mais notáveis e prolíficos ilustradores portugueses do século XX.

 

 

Ilustração reproduzida na revista O Mundo Português, número 86, de Fevereiro de 1941.

 

   "Malempregado Stuart! Num meio sem carácter, com diminutíssima cultura, sem um estratificado social apreciador da beleza artística, não podia encontrar, já não digo galardão, mas incentivo condigno, o seu lápis tão singular, filho de uma genialidade nata. Dir-me-ão que esteve em Paris e não lançou raízes. É certo. Mas por um ou outro jornal, o Rire, o Sourire, a Assiette au beurre, deixou espalhadas algumas centelhas da sua verve maravilhosa. Não perdurou ali, porquê? Não é difícil explicar o  malogro, se malogro é, à face da sua psique, pessoa aparentemente humilde e dotada de uma altivez ibérica indomável, dominada por um certo não-te-rales de temperamento que apenas se prevalece da escudela e da tarimba, possuída de enjoo manifesto pela cortesania: "o tenha a bondade... faz-me um grande favor"... tudo uma forma ralaça de ser lusitano à beira do struggle-for-life que campeia na Europa para lá dos Pirinéus. Mas o lugar dele era lá, na fileira dos Gavarni, Caran d'Ache, Daumier, Forain, Leal da Câmara. Como eles, superava no poder de observação com aquele seu olhinho azul, meio de felino, meio de dentirrostro, depois na arte de traduzi-la em linhas e dar-lhe uma legenda. Esta era como uma lançada – a estocada do diestro orlada de sangue vivo – num facto, numa anedota, num homem ou grupo de homens, borra-botas ou de alto coturno. A legenda, para esses, era como um relâmpago a iluminar a montanha do Sinai. Era um segredo do ofício; negócio de Hermes e do Espírito Santo; as suas aplicações ao quotidiano, um dos grandes dons de Stuart ."

 

Aquilino Ribeiro (1885-1963), prefácio ao livro póstumo Stuart e os Seus Bonecos (1962).

 

 

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21
Set07

Jorge Barradas & Stuart Carvalhais

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   Jorge Barradas (1894-1971), capa desenhada em 1924 para As Mais Lindas Quadras Populares (1925). Esta ilustração foi comum a todas as capas da Collecção Patrícia, publicada nas décadas de 1920 e 1930 pela Empresa do Diário de Notícias.

   Para além do desenho de Jorge Barradas na capa, o opúsculo As Mais Lindas Quadras Populares inclui ainda ilustrações de Saavedra Machado (1887-1950), Leal da Câmara (1876-1948), Bernardo Marques (1899-1962) e duas ilustrações de Stuart Carvalhais (1887-1961), reproduzidas abaixo.

 

  

 

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30
Mai07

Autógrafos - Armando Ferreira

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Armando Ferreira (1893-1968), Beco do Alegrete (1959)

Capa de Stuart Carvalhais (1887-1961)

 

 

Armando Ferreira (1893-1968)

   Autor de mais de duas dezenas de best-sellers, numa linha que herdou influências dos textos humorísticos sobre o quotidiano lisboeta como os de Gervásio Lobato (1850-1895), de quem evoca o livro mais famoso, Lisboa em Camisa (1890), na sua obra Lisboa Sem Camisa (1934), e André Brun (1881-1926), Armando Ferreira é hoje praticamente um escritor esquecido. Os seus textos leves e o seu humor ligeiro afastam-no, aliás, da obra dos seus contemporâneos Santos Fernando e, particularmente, Mário Henrique Leiria (1923-1980), um escritor de culto até há poucos anos.

   Transcrevem-se, de seguida, alguns parágrafos de Beco do Alegrete:

   "O Generoso vivia com uma sobrinha, a menina Lurdes, "tilógrafa", empregada num grémio, muito moderna, tão moderna exteriormente, que o Graciano, o proprietário do "imóvel", a comparava a uma construção de dez andares, sem redondezas nem curvas, chata à frente e atrás, como uma caixa de fósforos, posta ao alto; ela porém, que era muito dada às "linhas" de hoje, não se ralava nada, e ao Rosalino, que já lhe propusera namoro várias vezes, durante a escolha dos discos para os bailes de domingo, explicara muito fisiològicamente convicta:

   – Está muito mais perto o coração, quando o peito é chato...

   A verdadeira razão de ela não ceder às investigações do esticadinho do Rosalino era outra; a influência do olhar perturbador do Chico, filho da senhora Andreza, galinheira, com lugar no Chão do Loureiro, um tipo muito "giro", artista fotográfico, que todos os dias ia para a Baixa, com a máquina, e já teria tirado mais de 5 mil retratos, se não usasse aquela táctica do faz que tira, mas não tira. A perturbação no coração da Ludrezinha, vinha de uma divergência de pontos de vista dos olhos do Chico; enquanto o direito lhe admirava o rosto, o esquerdo estava à espreita de quem se aproximava; aquela extravagância, impressionava-a eròticamente e por isso o Chico do "olho torto" tinha grande número de foxes açambarcados com a Lurdes, aos Sábados, no baile do quintal da Normanda – com grande arrelia do Rosalino."

    

   

Armando Ferreira, Os Meus Fantoches (1943)

 

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