Tamara de Lempicka
Tamara de Lempicka (1898-1980)
Ao contrário do que habitualmente acontece com a arquitectura, raramente se associa a pintura ao estilo Art Déco. No entanto, quando tal acontece, o nome desta pintora é sempre um dos primeiros a surgir. Alguns críticos de arte, seus admiradores, chegaram inclusivé a criar o termo "cubismo suave" para caracterizar e nobilitar o seu trabalho, tentando retirar as suas obras da catalogação depreciativa que normalmente as incluía nas artes decorativas.
Tamara de Lempicka, Girl Sleeping (1935)
[Kizette, a filha da pintora]
Os cartazes de Adolphe Cassandre (1901-1968) e Paul Colin (1892-1985) marcaram as décadas de 1920 e 1930. As ilustrações de Erté (Romain de Tirtoff, 1892-1990), Louis Icart (1850-1950), Georges Lepape (1887-1971) e as pinturas de Jean Dupas (1882-1964) traduziram o espírito dessas décadas. Mas são a vida e a obra de Lempicka que melhor traduzem a vivência desses anos. Nascida Maria Górska, na Polónia, seguiu ainda adolescente para a Rússia, onde veio a efectuar o seu primeiro matrimónio. Depois da Revolução de 1917 refugiou-se em França, onde estudou pintura, convivendo com diversos artistas famosos e contribuindo para a agitação dos "loucos anos 20". Simultaneamente, veio a integrar as escandalosas "vanguardas" lésbicas da alta sociedade da época, precipitando o fim do seu casamento. No final dessa década conseguiu a protecção de um patrono, o barão Kuffner, com quem casaria em 1933, e passou a viver nos Estados Unidos. Aí teve residência durante anos, até que veio a falecer no México, para onde se tinha mudado em 1978.
Tamara de Lempicka, Young Lady in a Green Dress (1935)
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