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30
Abr07

Braga e os Cimélios de Braun & Hogenberg

blogdaruanove

noua BRACARAE AUGUSTE descriptio, Braun & Hogenberg, c. 1594

 

   Georg Braun (1541-1622), editor, e Frans Hogenberg (1535-1590), gravador, são os autores de uma das mais famosas e importantes obras impressas do século XVI – a Civitates Orbis Terrarum, publicada em seis volumes entre 1572 e 1618.

   Os cimélios publicados por estes alemães reproduzem dezenas de planos actualizados de várias cidades, cujas matrizes foram posteriormente adquiridas por Jan Jansson (1588-1664), que as utilizou em várias reimpressões. São amplamente conhecidas em Portugal as gravuras referentes a Coimbra e Lisboa, encontrando-se no entanto a imagem de  Braga menos divulgada.

   Esta gravura, legendada em Latim e inscrita com a data de 1594, apresenta  o brasão da cidade, com a sé catedral, e o brasão com seis besantes do arcebispo de Braga, D. Frei Agostinho de Jesus (arcebispo, 1588-1609), nascido Pedro de Castro.

   Um outro aspecto que nos permite confirmar a datação é a ausência do edifício do Convento do Pópulo, na parte superior central do mapa, que apenas começou a ser construído em 1596, por doação e iniciativa do arcebispo de Braga. Após o seu falecimento em Novembro de 1609, D. Frei Agostinho de Jesus foi sepultado na igreja velha do Pópulo.

   Como curiosidade, refira-se a legenda colocada junto do bosque representado a sul do Rio Este – "célebre pela abundância de coelhos e perdizes." 

 

Detalhe de um mapa esquemático da actual cidade de Braga, apresentando o Convento do Pópulo no canto superior esquerdo da imagem

 

© Blog da Rua Nove

 

30
Abr07

Memória de Mármore

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Photo © Ordha

 

   Fascinam-me os antigos pavimentos de mármore. Imagino agonizantes poentes iluminando ao de leve as suas incertas ondulações. Variantes subtis e surpreendentes das pequenas sombras. Duras veias de pedra escura sobressaindo da brancura leitosa e desgastada.   Imagino suaves pés descalços e delicadas mãos nuas acariciando amorosamente a sua frescura cristalina. Recordo todos os passos e todas as memórias que cruzaram aqueles átrios. Os desejos da multidão evaporando-se no vasto espaço vazio.

   Vejo finalmente o forte gradeamento exterior. Grossas grades de ferro ferrugento. As janelas abertas sem pudor. Noto a textura salitrosa das espessas paredes abandonadas. A esquálida areia do passar do tempo. Cheiro o bolor crescendo na humidade dos tectos. O perfeito perfume do lento esquecimento. Estremeço.

   E diluo-me no esplendor desta longa decadência... 

 

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27
Abr07

Velhos Tempos (III)

blogdaruanove

Photo © maximillian millipede

 

   Era vê-lo naqueles movimentos vagarosos, mais calmos e cuidadosos que os de gado a pastar no prado, e cismar nas ideias que o homem teria. Coisas esquisitas, concerteza, mas que calava, cioso de estranhos, e escondia com os resmungos e perseguições que nos fazia, quando lhe aparecíamos pela frente para tentar chamar a atenção e descobrir as histórias estranhas que guardava.

   Todos os nossos encontros continuaram neste jogo de escondidas, até que um dia, após uma chuvada que assentou raízes às sementeiras, o Ti Manel desapareceu, deixando as terras de poulo e a porta do casebre escancarada, como se fizesse um convite à descoberta de toda aquela vida passada a sós. O povo não se preocupou muito com o seu desaparecimento e nós, catraios que já não éramos, descobrimos um certo sentido naquele isolamento e abandono a que o velho se deitara, pois deixáramos de ter tempo para a nossa vida de zaragatas e folguedos desde que os outros homens lá da aldeia nos começaram a dar lugar entre eles, e a separar-nos, com aquela vida de interesses e necessidades em comum... Foi como se um cisco nos tivesse entrado para a vista e nos obrigasse a esfregar os olhos para podermos ver. Mas a cada esfregadela, mais nos doíam os olhos e menos víamos... Até nos perdermos um do outro. E hoje, inesperado como o vento, aqui estava ele de novo!

   – Ora se lembro, homem! Venha daí um abraço...

 

© Blog da Rua Nove

     

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