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12
Nov07

Literatura Colonial Portuguesa

blogdaruanove

 

Maria Teresa Galveias (n. 1933), Ivuenu (1969).

 

   Tendo publicado em 1959 o seu primeiro livro, Fronteira, Maria Teresa Galveias veio a ganhar com Ivuenu o prémio literário Camilo Pessanha 1967, da Agência Geral do Ultramar.

   Um conjunto de poemas que evoca claramente alguma influência do volume Mensagem (1934), de Fernado Pessoa (1888-1935), (vejam-se os poemas D. Dinis, Chaimite, Colono, Padrão e Monumento dos Descobrimentos) Ivuenu veicula uma ideologia que se encontra em perfeita sintonia com a política e o discurso do Estado Novo, particularmente nos poemas Irmão Negro (Vem, meu irmão, / De olhar submisso e calmo, / Com primitiva e sã ingenuidade, / Vem, meu irmão, / Que em Deus e Portugal / É que hás-de ser homem de verdade!) e Raça (Irmãos somos nós todos, / Os descendentes de santos e heróis, / Negros ou brancos, brancos ou mestiços, / Se somos portugueses / Que importa, pois?) e também no poema Eva-Mulata, um hino à mestiçagem.

   Apesar de esta consonância geral, Ivuenu surge pontuado por poemas que podem permitir leituras dissonantes, como Poema a um Poeta Negro, que se transcreve na íntegra:

 

   Não deixes de cantar,

   Que a tua voz

   Há-de ficar no coração dos homens,

   Há-de abafar os tiros dos canhões,

   Há-de soar na vástica distância!

   Não deixes de cantar.

   Que o teu apelo

   Há-de cruzar o mundo, lés a lés,

   Há-de ampliar-se em ecos repetidos,

   Enchendo o próprio céu de ressonância.

 

   Uma leitura geral do volume permite-nos, ainda, encontrar nos títulos dos poemas uma clara homenagem aos povos africanos, suas tradições e culturas (Calema, Kandumbo, Batuque, Ivuenu, Embondeiro), mas também referências a um eventual conceito político de especificidade e unidade atlântica da África Ocidental (Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Poema de Angola).  

 

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