Homenagem a Branquinho da Fonseca
Branquinho da Fonseca (1905-1974), Bandeira Preta (1956; presente edição, cerca de 1962). Capa de Guilherme Castilho (1912-1987?).
Branquinho da Fonseca é certamente um autor reconhecido principalmente pela sua novela O Barão, cuja acção decorre em Barroso. O seu livro Bandeira Preta, contudo, constitui-se como um conjunto de deliciosas narrativas que evocam os mundos da infância e da adolescência no final da década de 1910, na Beira Alta. É, sobretudo, uma viagem maravilhosa por léguas que não vêm em mais nenhum mapa, a não ser o do narrador e das personagens:
"Pouco tempo depois dobravam a lomba da serra, que traçava a fronteira dos concelhos. Já ao longe se avistavam outras campinas verdes e pontos de casario branco. Mas a distância enganava. A serrania fazia pregas e repregas, que estendidas em passo de gente dão léguas que não vêm no mapa."
António Madeira (pseudónimo de Branquinho da Fonseca), O Barão (1942). Capa de Fred Kradolfer (1903-1968).
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