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Pequena jarra em vidro branco transparente, soprado livremente e gravado, e base octogonal em vidro preto opaco, moldado. Aplicação de contas em prata moldada na junção. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Década de 1940 ou 1950.
Uma das características do vidro português produzido durante o período Art Déco foi a combinação de vidro de distintas cores numa mesma peça, mas em componentes diferenciados. Habitualmente, produziam-se as bases de jarras e jarros em vidro preto (de facto, vidro castanho escuro ou ametista, quase opaco, dando a impressão de ser preto), às quais se aplicava o corpo da peça. Para além do preto, as outras cores predominantes, transparentes, eram o verde, o azul, o castanho e o rosa salmão.
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Jarra em vidro verde transparente, soprado livremente e pintado a esmalte, e base em vidro preto opaco. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Década de 1940 ou 1950.
As peças assim produzidas recebiam uma decoração que na maior parte das vezes era gravada ou pintada a esmalte, embora pudessem surgir peças tratadas parcialmente a jacto de areia ou peças, como acontecia com as simples tampas das garrafas licoreiras mas também com vidros de maior prestígio, lapidadas.
A decoração poderia ser essencialmente abstracta e modernista, como se constata na primeira imagem, mas também poderia representar as tradicionais pinturas a esmalte com florinhas e ramagens, evocando outras vezes temáticas consagradas da Arte Nova, como a famosa rosa escocesa de C. R. Mackintosh (1868-1928).
Uma última característica complementar era a aplicação de pequenos colares de prata moldada na zona de junção dos componentes de cores diferentes.
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Jarro em vidro branco transparente, soprado livremente e gravado, e base em vidro preto opaco, moldado. Aplicação de contas em prata moldada na junção. A decoração gravada evoca claramente a famosa rosa escocesa de C. R. Mackintosh. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Década de 1940 ou 1950.
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