R. M. S. Aquitania
Cartaz de Kenneth D. Shoesmith (1890-1939) representando
o R.M.S. Aquitania a entrar no porto de Nova Iorque
O navio Aquitania era, na década de 1920, o navio principal da companhia Cunard Line e foi o último dos paquetes com quatro chaminés. José Rodrigues Miguéis (1901-1980), menciona-o brevemente no espaço ficcional, situado em 1935, do conto Gente da Terceira Classe (do livro homónimo publicado em 1962). Recorda-nos assim que, apesar de todo o seu glamour, este navio também possuía terceira classe e era utilizado para transportar emigrantes nas viagens entre a Europa e os Estados Unidos:
" Vou encontrar a maioria destes compatriotas em Southampton, espalhados por hospedarias manhosas, à conta das empresas de navegação ou dos agentes de viagens. Todos eles com bandeirinhas na lapela ou no peito da blusa, para se não tresmalharem nem confundirem, como cabeças de gado com o "ferro" do dono. Aflitos, à procura do Aquitanha, diz uma, ou do Manhatão, diz a madeirense."
As suas características quatro chaminés permitiram à tripulação estabelecer um método peculiar de classificar o nevoeiro, contando o número de chaminés visíveis a partir da ponte de comando – nevoeiro de quatro chaminés, de três chaminés... Quando o número de chaminés visíveis era inferior a três, todos passavam a confiar na sorte para que a navegação decorresse sem incidentes.
O Aquitania, um navio de 45.000 toneladas, constituía o orgulho da Cunard Line na década de 1920, juntamente com o Mauretania (32.000 tons.) e o Berengaria (52.000 tons.). Depois de servir para transporte de tropas durante a II Grande Guerra, foi retirado do serviço em 1950, ultrapassando em vários anos o tempo de serviço do Berengaria e do Mauretania, retirados em meados da década de 1930.
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