Aspectos do Vidro em Portugal no Século XX
Jarra em vidro azul transparente, moldado, com o exterior tratado a jacto de areia e gravado. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Meados do século XX.
Como já foi referido anteriormente, a adopção generalizada de flores estilizadas de grandes dimensões na decoração do vidro moldado foi uma das características do estilo Art Déco em Portugal.
As técnicas utilizadas nessa decoração eram, essencialmente, o tratamento das superficies exteriores do vidro a jacto de areia, a fim de proporcionar um acabamento mate, e a gravação à roda.
Jarra em vidro verde transparente, moldado, com o exterior tratado a jacto de areia e gravado. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Meados do século XX.
As cores predominantes no vidro transparente com esta decoração eram o azul, o rosa, o rosa salmão e o verde. O vidro branco transparente eram geralmente tratado quimicamente, por forma a adquirir o popular tom "casca de cebola", sendo depois gravado ou tratado a jacto de areia
Jarra em vidro azul transparente, moldado, com o exterior tratado a jacto de areia e gravado. A decoração floral junto à base evoca claramente a gramática decorativa dos frisos egípcios. Peça provavelmente produzida na Marinha Grande. Meados do século XX.
Embora a influência da gramática de decoração egípcia já se tivesse afirmado no início do século XIX com as campanhas napoleónicas (atente-se nalguns detalhes do estilo Império e no famoso serviço egípcio de porcelana manufacturado por Sèvres) a descoberta do túmulo de Tuthankamon, em 1922, veio despoletar uma redobrada vaga de decoração evocativa do estilo egípcio em toda a Europa.
Esta influência manifestou-se também na América, surgindo aí paralelamente à recuperação de aspectos relacionados com as culturas nativas, como a dos Marajoaras, no Brasil, ou a dos Pueblo, nos Estados Unidos.
Caixa oval em cristal gravado, com tampa em metal branco cinzelado e aplicação de uma esfinge. Esta caixa apresenta na tampa uma decoração característica do estilo Império, com clara referência à decoração egípcia, e uma decoração floral gravada no vidro que evoca os ramos de louro característicos do período imperial francês. Peça provavelmente produzida em França. Primeiro quartel do século XIX.
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